27 de out. de 2013

Uma proposta de ensino e a memória local


proprietário: Nelson . Lopes
fonte: acervo André Camargo Lopes/Clube da fotografia
Casal no bosque municipal de Londrina (área central próxima à Catedral Metropolitana)
fotografia realizada por fotógrafo lambe-lambe, 1944



Quando observamos as  fotografias de nossas memórias familiares nos vemos diante de uma sensação de algo distante, de um tempo remoto em relação a nossa própria identidade familiar. Como se aquilo fosse um tempo externo a composição de uma identidade histórica e social.
O estudo apresentado neste blog é resultado de uma proposta de ensino acerca da “construção social da imagem” desenvolvido pelo projeto “Clube da fotografia” no Colégio Estadual Roseli Piotto Roehrig na região norte de Londrina e está integrado ao Projeto Contação do Departamento de História da Universidade Estadual de Londrina. Como projeto de estudos complementares, participaram da pesquisa quinze alunos do primeiro ano do ensino médio.

O projeto tem a sua origem no desafio de aproximar o discurso histórico praticado em sala de aula ao cotidiano social e cultural destes alunos, revelando a estes, novos caminhos de descobrimento da história como sendo sua própria história. Em meio a tal desafio se propôs como objetivo do projeto e da própria escola como uma instituição formadora de cidadãos, que os levantamentos de imagens e entrevistas resultassem em um acervo de história local e que este acervo seja disponibilizado à comunidade, como uma forma de constituição e consolidação de uma identidade local.

Este trabalho de estudos de uma iconografia popular tem por objetivo demonstrar através do exercício comparativo destes elementos visuais, as diversas construções narrativas no corpus fotográfico. Revelando assim o conjunto de intencionalidades que movem o habitus desta prática cultural tão popularizada em nosso cotidiano, e com isso, muitas vezes marginalizadas como fonte de criação de uma estética própria do agente social, assim como fonte de estudos para uma abordagem em História Cultural.

Sendo assim, é abordada neste estudo, a fotografia dentro de um processo de produção de sentido, tal como será exposto, algo inerente a construção de um individuo contemporâneo. Ou seja, um elemento tecnológico que compõe os mecanismos de construção de identidades de grupo do homem que desde o século XIX se fazia valer do recurso como afirmação de um status quo. Esta perspectiva, tal qual ratificado por Ana Maria Mauad (2005),  explicita o circuito social da produção das imagens, desvelando a historicidade destes elementos fotográficos como pertencentes a regimes visuais, e com isso, desloca para os agentes sociais a condição de mediadores da produção cultural, em uma negociação de sentidos e significados.

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