proprietário: Nelson . Lopes
fonte: acervo André Camargo Lopes/Clube da fotografia
Casal no bosque municipal de Londrina (área central próxima à Catedral Metropolitana)
fotografia realizada por fotógrafo lambe-lambe, 1944
Quando
observamos as fotografias de nossas
memórias familiares nos vemos diante de uma sensação de algo distante, de um
tempo remoto em relação a nossa própria identidade familiar. Como se aquilo
fosse um tempo externo a composição de uma identidade histórica e social.
O
estudo apresentado neste blog é resultado de uma proposta de ensino acerca da
“construção social da imagem” desenvolvido pelo projeto “Clube da fotografia”
no Colégio Estadual Roseli Piotto Roehrig na região norte de Londrina e está
integrado ao Projeto Contação do Departamento de História da Universidade
Estadual de Londrina. Como projeto de estudos complementares, participaram da
pesquisa quinze alunos do primeiro ano do ensino médio.
O
projeto tem a sua origem no desafio de aproximar o discurso histórico praticado
em sala de aula ao cotidiano social e cultural destes alunos, revelando a
estes, novos caminhos de descobrimento da história como sendo sua própria
história. Em meio a tal desafio se propôs como objetivo do projeto e da própria
escola como uma instituição formadora de cidadãos, que os levantamentos de
imagens e entrevistas resultassem em um acervo de história local e que este
acervo seja disponibilizado à comunidade, como uma forma de constituição e
consolidação de uma identidade local.
Este
trabalho de estudos de uma iconografia popular tem por objetivo demonstrar
através do exercício comparativo destes elementos visuais, as diversas
construções narrativas no corpus
fotográfico. Revelando assim o conjunto de intencionalidades que movem o habitus desta prática cultural tão
popularizada em nosso cotidiano, e com isso, muitas vezes marginalizadas como
fonte de criação de uma estética própria do agente social, assim como fonte de
estudos para uma abordagem em História Cultural.
Sendo
assim, é abordada neste estudo, a fotografia dentro de um processo de produção
de sentido, tal como será exposto, algo inerente a construção de um individuo
contemporâneo. Ou seja, um elemento tecnológico que compõe os mecanismos de
construção de identidades de grupo do homem que desde o século XIX se fazia
valer do recurso como afirmação de um status
quo. Esta perspectiva, tal qual ratificado por Ana Maria Mauad (2005),
explicita o circuito social da produção das imagens, desvelando a
historicidade destes elementos fotográficos como pertencentes a regimes
visuais, e com isso, desloca para os agentes sociais a condição de mediadores
da produção cultural, em uma negociação de sentidos e significados.
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